Diabetes na Gestação
Você lembra que no post Fotos gestante: A espera das gêmeas Julia e Rafaela eu falei que a Gabi teve Diabetes Gestacional? Se você não viu clique aqui e confira.
Hoje a nutricionista Silvia Ferolla fala sobre esse assunto que é mais comum do que imaginamos.
O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é caracterizado pela intolerância aos carboidratos durante a gestação. Este quadro pode ou não persistir após o parto.
O DMG é a alteração metabólica mais frequente na gestação e estimativas sugerem que acomete de 2 a 25% das gestantes. Observa-se um aumento na incidência dessa desordem.
Os principais fatores de riscos para o seu desenvolvimento são:
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Idade maior ou igual a 35 anos
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Sobrepeso
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Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual
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Acúmulo de gordura abdominal excessiva
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História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau
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Síndrome do ovário policístico
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Baixa estatura
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Crescimento fetal excessivo
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Hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual
Geralmente na primeira consulta pré-natal o obstetra solicita a glicemia de jejum. Caso o valor encontrado seja ≥ 126 mg/d, é feito o diagnóstico de diabetes mellitus pré-gestacional. Mas o resultado deve ser confirmado com uma segunda dosagem da glicemia de jejum.
A investigação de diabetes gestacional deve ser feita em TODAS as gestantes sem diagnóstico prévio de diabetes. Entre 24 e 28 semanas de gestação deve-se realizar teste oral de tolerância a glicose com dieta sem restrição de carboidratos ou com, no mínimo, ingestão de 150 g de carboidratos nos três dias anteriores ao teste, com jejum de oito horas.

O tratamento inicial do DMG consiste em orientação nutricional que permita ganho de peso adequado (300 g a 400 g por semana, a partir do segundo trimestre de gravidez, se a gestante apresenta peso adequado) e controle metabólico. A dieta normalmente apresenta cerca de 40% a 45% de carboidratos, é rica em proteína e adequada em gordura, priorizando gordura monoinsaturada. A prática de atividade física deve fazer parte do tratamento do diabetes gestacional, respeitando-se as contraindicações obstétricas.
Abaixo apresento algumas dicas para ajudar no controle glicêmico durante a gestação:
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Substitua o açúcar por adoçante Stevia ou Xilitol.
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Evite o consumo de açúcares simples como bolos, geleias, balas, pudins, chocolate, refrigerantes, açúcar, dentre outros.
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Evite bebidas ricas em açúcar como suco de caixinha, refrigerante, chás industrializados e iogurtes com sabores.
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Faça de 5 a 6 refeições diárias evitando-se refeições volumosas.
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As fibras são muito importantes no controle da glicemia, além de auxiliar no controle do intestino. Por isso coma frequentemente legumes, verduras (preferencialmente crus), frutas, aveia e pães integrais.
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Se você for comer batata, cará, inhame, mandioca, farinha de mandioca, macarrão e massas em geral, diminua a quantidade de arroz ingerida.
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Evite consumir carnes gordurosas, leite integral, queijos gordurosos e frituras. Prefira carnes magras, peixe uma vez na semana e queijos magros (cottage e ricota).
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Prepare os alimentos cozidos, assados e grelhados ao invés de fritá-los. Use azeite para cozinhar.
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As refeições e lanches devem ser feitas em horários regulares e todos os dias;
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Coma 3 frutas diferentes ao dia. Evite comer mais que 4 porções de frutas ao dia, frutas em excesso podem aumentar a glicemia, especialmente na forma de sucos de frutas (mesmo natural).
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Prefira as frutas de baixo índice glicêmico: abacate, coco, kiwi, morango, pêssego, ameixa.
Consulte um nutricionista para te auxiliar no controle do diabetes e tornar sua alimentação prazerosa e balanceada durante a gestação.
Esse assunto é super importante e é mais comum do que imaginamos, então não deixe de compartilhar com as amigas que estão gravidinhas!!!
Texto: Silvia Ferolla - Nutricionista Clínica - Mestre e PhD pela UFMG