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Ministério da Saúde lança novas Diretrizes de Assistência ao Parto Normal

Hoje venho compartilhar com vocês uma notícia muito boa!!!

No dia Internacional da Mulher (08/03/2017) o Governo Federal lançou um documento inédito com novas Diretrizes de Assistência ao Parto Normal.

Pela primeira vez o Ministério da Saúde constrói um documento baseado em evidências científicas que poderá ser consultado tanto por profissionais de saúde quanto pela população.

O parto no ambiente hospitalar se caracteriza por vários procedimentos e uso de tecnologias que visam torná-lo mais seguro tanto para mulher quanto para o bebê. Por outro lado.... O parto, momento único na vida de uma mulher, acaba sendo tratado como doença.  Isso tornou o processo que deveria ser natural em algo mecânico e cheio de procedimentos desnecessários.

O excesso de intervenções não leva em consideração os aspectos emocionais, humanos e culturais que englobam o nascimento de um bebê.

Muitas mulheres sofrem com a violência obstétrica que é quando a mulher não é respeitada, não é acolhida, sofre procedimentos sem saber, sofre agressões verbais, etc.  

Uma mulher quando engravida procura ajuda não apenas por sua saúde e do bebê, ela busca uma compreensão maior... Afinal, para ela e sua família aquele momento é único.

A experiência vivida neste dia pode deixar marcas tanto positivas quanto negativas para o resto da sua vida!!!

Visando essas preocupações as novas diretrizes buscam reduzir as altas taxas de intervenções desnecessárias e tornar o parto mais humanizado, incentivando o parto normal.

Se você ainda não sabe o que é Parto Humanizado clique aqui e veja o post que fiz sobre o assunto.

Diretrizes de assistência ao parto normal

A prática obstétrica vem sofrendo alterações significativas nos últimos anos.

 

Características naturais e fisiológicas do nascimento e parto estão sendo resgatadas. Vários procedimentos hospitalares têm sido questionados por falta de evidências científicas. Os ambientes que ocorrem os partos estão sofrendo modificações, tornando-se mais aconchegantes.

A mulher tem o direito de opinar e decidir o que é melhor para ela naquele momento, como por exemplo: qual a melhor posição, se quer  o parto fora do ambiente hospitalar (domiciliar ou casas de parto), escolher formas alternativas de analgesia....

Agora toda mulher terá o direito de definir o seu plano de parto.  Assim poderá ter acesso a informações, se preparar melhor para o parto e empoderar-se do processo de decisão ao qual tem o direito.

As novas Diretrizes de Assistência ao Parto Normal tem como definição boas práticas desde o acolhimento da gestante até o pós-parto. São mais de 200 recomendações com base em evidências científicas, feitas por um grupo de especialistas (obstetras, clínicos gerais, neonatologistas, anestesiologistas e enfermeiras).

Para facilitar selecionei algumas para você:

1) A partir de agora os partos de baixo risco poderão ser realizados pelos médicos obstetras, enfermeira obstetra e obstetriz.

2) Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas com respeito, ter acesso as informações e serem incluídas na tomada de decisão.

3) As mulheres devem ter acompanhante de sua escolha durante o parto, além da presença de doulas.

4) O jejum não é obrigatório.

5) Métodos alternativos para alívio da dor (massagens, banhos quentes, técnicas de relaxamento) devem ser oferecidos para a mulher antes da utilização de métodos farmacológicos.

6) As mulheres devem ser encorajadas a se movimentarem e escolherem a posição mais confortável.

7) Minimizar a separação mãe e filho. O contato pele a pele imediato da mãe e do bebê após o nascimento e o estímulo a amamentação devem ser garantidos.

8) Algumas intervenções que hoje são rotineiras agora passam a ser restritas:

  • Episiotomia (corte no períneo)

  • Aceleração do parto

  • Fórceps (instrumento para retirada do bebê)

  • Enema (lavagem intestinal)

  • Tricotomia pubiana e perineal (raspagem dos pelos)

  • Amniotomia precoce (rompimento da bolsa) nas mulheres que estão progredindo bem

  • Corte precoce do cordão umbilical (aguardar de 1 a 5 minutos ou até cessar a pulsação)

  • Aspiração de secreções do recém-nascido saudável

  • A manobra de Kristeller (empurrar a barriga fazendo uma pressão no útero) agora passa a ser contraindicada

O acesso ao Dispositivo Intrauterino de Cobre (DIU) passa a ser ampliado e também será oferecido as mulheres após o parto e após abortos. É um método prático e altamente eficaz, livre de hormônios, reversível que pode ser retirado a qualquer momento.

A expectativa é aumentar a prevalência do DIU para 10% entre os métodos contraceptivos até 2020. Garantindo assim a decisão da mulher e o planejamento reprodutivo.

Para que tudo isso aconteça uma mudança de cultura de toda a sociedade precisa ocorrer. Além disso, também é necessário uma mudança em todo um sistema de ensino, serviços e principalmente hospitais.

Com essas novas medidas esperamos que o parto deixe de ser um conjunto de técnicas e passe a ser um momento fundamental entre mãe e filho.

Para ter acesso ao documento completo clique aqui.

Se preferir uma versão resumida clique aqui.

Para ver o anúncio que o Ministério da Saúde lançou no Dia Internacional da  Mulher clique aqui.

 

Referências: Ministério da Saúde, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONTITEC).

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