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Relato de parto: Katharine, Marcelo e Luísa

Hoje é a vez a Katharine contar sua experiência do parto! Você vai ver como uma equipe qualificada e o respeito a mulher neste momento tão importante fazem toda a diferença!! 

Prepare-se para se emocionar e ver porque Luísa é um bebê de sorte:

 

"Descobri o parto humanizado com o filme "O  Renascimento do Parto"... Na época, ainda não pensava em engravidar, mas tive certeza de que humanizado seria meu parto... Um parto respeitoso comigo e com meu bebê, em que as intervenções realizadas fossem realmente necessárias, em que as decisões seriam tomadas levando em consideração nossas necessidades físicas e emocionais, e, logicamente, um parto seguro, assistido por uma equipe qualificada e competente.

 

Alguns meses depois, meu marido e eu resolvemos iniciar as tentativas de engravidar... Procurei um médico que realizasse parto humanizado, tipo infelizmente ainda um pouco raro em BH... Pouco tempo depois, engravidamos!

 

Minha gestação transcorreu da melhor forma possível... Permaneci bastante ativa durante todo o período, mantive minhas atividades físicas, e iniciei fisioterapia de preparação para o parto. Participamos de palestras e encontros promovidos pela equipe do Núcleo Bem Nascer, em que aprendemos muito sobre gravidez e parto.

 

Ao longo das consultas mensais, orientados pelo meu obstetra, Dr. Renato Janone, fomos construindo nosso Plano de Parto... Nele descrevemos como queríamos que fosse esse momento: as pessoas que estariam presentes, como seria o ambiente, quais procedimentos gostaríamos que fossem realizados, o uso ou não de analgesia, dentre outros detalhes.

 

Completamos 39 semanas! Era uma quarta-feira, tive uma consulta com o Dr. Renato, e foi quando minha ficha realmente caiu: em poucos dias teríamos Luísa conosco! Uma mistura de felicidade, ansiedade e desespero tomou conta de mim! Passei os próximos dois dias organizando as coisas no trabalho e em casa, ajeitando os últimos detalhes pra chegada da nossa filhota!

 

Acordei no sábado às 7:30h com um incômodo estranho... Parecia uma cólica menstrual, mas que sumiu completamente depois de um minuto... Pensei “Será uma contração? Será Luísa chegando?”... Às 9:30h senti novamente o incômodo, porém um pouco mais dolorido. Comentei com meu marido, mas tentei não alarmá-lo. Iríamos almoçar na casa dos meus pais. Às 11:00h  senti novamente a dor, que estava mais intensa... Resolvi desmarcar o almoço, pois não conseguia disfarçar quando a sentia... Sabíamos que o trabalho de parto poderia ser demorado e que o ideal seria passar grande parte dele em casa. Não queria preocupar meus pais, e sabia que, se descobrissem que meu trabalho de parto havia iniciado, não ficariam tranquilos.

 

Assim, resolvemos aproveitar o tempinho que ainda tínhamos para ir ao Mercado Central comprar algumas coisas que faltavam em casa. Caminhar aliviaria a ansiedade e ajudaria o trabalho de parto. Antes de sair de casa, mandei mensagem para Lena, nossa doula, que me disse, baseada no que eu havia relatado, que meu parto provavelmente aconteceria à noite.

 

Andando no mercado, tive mais três contrações, já bem mais fortes. Quando chegavam, eu não conseguia andar. Parava e apoiava em meu marido... Quando isso acontecia, corriam algumas pessoas pra acudir! Haha... Quando falávamos que eram apenas contrações, elas nos olhavam assustadas, como se fôssemos doidos que teriam um bebê ali mesmo! Resolvemos ir embora, pois estávamos gerando muita comoção no local e as contrações já estavam muito intensas!

 

Chegamos em casa umas 14 horas e eu já não tinha mais vontade de comer. Meu marido insistiu para que eu me alimentasse, pois precisaria de energia para o parto. Lena também me orientou a me alimentar bem e tentar repousar. As contrações já estavam com intervalos de meia hora e cresceram também em intensidade. Quando chegavam, eu me apoiava no Marcelo, meu marido, e andávamos pela casa... Isso me ajudava a suportá-las. Lena pediu para que eu não fizesse isso, pois precisaria poupar energia para o parto... Me sugeriu tomar um banho bem quente e demorado, deitar e contar quantas contrações eu teria em meia hora. O banho aliviou as dores, mas não foi suficiente para que eu conseguisse passar pelas contrações deitada. Por volta das 15:30h, mandei mensagem para o Dr. Renato, que me orientou a tomar um Buscopan, deitar e avisá-lo se melhorasse ou não. O remédio não aliviou as dores e eu continuava andando pela casa durante as contrações.

 

Avisei  meu médico que o remédio não havia feito efeito e ele me falou que já havia ligado na maternidade e reservado a suíte de parto para mim. Disse que estava à minha disposição e que, quando eu quisesse, iríamos para lá para que ele me examinasse... Às 16h30 as contrações estavam com intervalos de  10 minutos. Nesse momento, falei com meu marido: “Dr. Renato ainda quer me examinar! O parto ainda deve estar longe, ele vai me ver e me mandar de volta pra casa! Eu sou fresca, estou sendo muito mole! Vamos esperar mais em casa.”

 

Pedi pra que Marcelo o avisasse que esperaríamos mais um tempo em casa. Assim que os dois conversaram, os intervalos entre as contrações passaram a ser de 5 minutos, e eu falei: “Não interessa se estou sendo fresca! Avisa pro Dr. Renato que estamos indo pro hospital agora!”. Avisamos Lena também, que pediu que ligasse para ela quando o médico me examinasse. Colocamos o endereço da maternidade no Waze e a estimativa de tempo era de 25 minutos até lá. Pensei: “São 5 contrações, não vou aguentar!” As contrações no carro foram uma tortura, porque eu precisava caminhar para aliviar o desconforto.

 

Chegamos à maternidade às 17:40h e, enquanto Marcelo providenciava a internação, meu médico chegou e fomos para a suíte de parto. Enquanto caminhávamos até lá, eu disse pra ele: “Dr. Renato, sou muito fraca... Queria um parto natural, mas não vou aguentar”. E ele me disse: “Kath, fique calma, vai ser tudo do jeito que você quiser. Se quer analgesia, terá. E isso não é um problema”.

 

Foram 20 minutos ate que ele conseguisse me examinar, pois toda vez em que deitava na cama, vinha uma contração e eu pulava de lá! Ele esperou com muita paciência e me deixou muito tranquila, dizendo que me examinaria assim que eu conseguisse. Quando finalmente foi possível, ele me disse: “Kath, está quase! Você esta com 8-9 cm de dilatação, colo apagado! Quando chegar a 10, ela nasce!” Me mandou pro chuveiro pra aliviar as dores e ligou pra Lena... Marcelo chegou ao quarto nesse momento e ficou comigo no chuveiro... As dores estavam muito intensas e eu achei que não conseguiria o desejado parto natural.

 

Após cinco minutos, Lena chegou... Foi como um anjinho, que me trouxe paz e me fez acreditar novamente que conseguiria... Ela foi fazendo uma massagem, que me aliviava demais, e me acalmando... Eu falava com ela que não conseguiria, que estava sentindo muita dor... E ela me explicava que  quando a dilatação chegasse a 10 cm, iniciaria o período expulsivo do trabalho de parto. Nessa próxima fase, a dor daria lugar a uma vontade de fazer força e seria mais fácil... Com a ajuda dela, as contrações foram menos incômodas.... Veio uma sensação de que eu precisaria fazer uma força enorme, e que meu corpo não seria capaz (acho que estava beirando a exaustão). Falei isso com ela, que me tranquilizou, dizendo que eu não precisaria fazer nada, além de não atrapalhar. Disse que o corpo sozinho é capaz de parir e que eu apenas precisaria relaxar e deixá-lo trabalhar... Acreditei naquilo e prosseguimos! Marcelo vinha a todo tempo se certificar de que eu realmente não queria analgesia... Mas a presença da Lena me acalmava e me fazia sentir que conseguiria.

 

Eu havia colocado no Plano de Parto que não pretendia ter meu bebê na banheira (sempre achei lindo parto na água, mas como não curto muito piscina, achei que aquilo não seria para mim, que ficaria incomodada), mas Dr. Renato e Lena me falaram que a água seria ótima pra aliviar as dores e eu resolvi tentar.

Entrei na banheira às 19:00h e realmente foi incrível: passei a sentir apenas os picos das contrações, era como se elas tivessem diminuído em intensidade e duração. Dr. Renato, de tempos em tempos, checava os batimentos cardíacos da Luísa e tudo corria muito bem...  

 

Passada meia hora, o período expulsivo iniciou. Um momento alucinante! Eu estava muito cansada e realmente não queria fazer força... Mas quando os puxos chegavam, mesmo contra minha vontade, minha barriga toda se contraía e meu corpo fazia uma força violenta! Uma força que jamais fiz e jamais pensei fazer na vida! Uma forca totalmente involuntária... Realmente, meu corpo estava parindo e eu só precisava não atrapalhar! E Luísa começou a coroar!

 

Lena e Dr. Renato falaram que ela estava empelicada*! Meu parto estava acontecendo do jeitinho que queria (Luísa nascer dentro da bolsa das águas era um sonho, mas que eu deixava bem guardadinho por saber da pequena probabilidade de acontecer). Era muita felicidade! E às 20:04h, num puxo enlouquecedor, toda a dor sumiu e Luísa chegou, linda e empelicada! Dr. Renato a amparou e me entregou! E aquele momento foi mágico: abraçada por meu marido, com minha filha no braços, ainda ligadas pelo cordão umbilical... Ficamos assim por uns minutos... E em seguida, Marcelo cortou o cordão... Saímos os três da banheira... Fui com Luísa para a cama, e ficamos juntinhas, pele com pele, e ela mamou... Em seguida, houve o parto da placenta...

 

 

 

 

 

 

 

 

Momentos depois, Luísa foi examinada pela pediatra ali mesmo no quarto e Marcelo a pesou! Era um bebê super saudável! Ela saiu do quarto por alguns instantes apenas, acompanhada pelo pai, para mais alguns exames... Rapidamente retornaram e não mais nos desgrudamos!

 

E assim foi nosso parto: cercado de amor, cuidado, carinho, atenção, respeito... Um parto humanizado! E sou imensamente grata a todos que participaram do momento mais especial da minha vida: a Lena e Dr. Renato, profissionais incríveis que levarei pra sempre no coração, a minha irmã, fotógrafa do parto, e a Marcelo, melhor companheiro do mundo!"

 

*Empelicada é: Quando o bebê nasce dentro do saco aminiótico, o saco/bolsa permanece intacto durante o parto (o bebê permanece protegido pelo líquido aminiótico e recebendo oxigênio pelo cordão umbilical) e é preciso rompe-la manualmente após o nascimento. Esse tipo de parto é raro... Estima-se que a cada 80 mil partos 1 é empelicado. Em algumas culturas acredita-se que bebês nascidos dessa maneira terão sorte por toda a vida!

 

Luísa nasceu na Maternidade Santa Fé em Belo Horizonte, que tem como missão excelência e referência na atenção exclusiva à mulher e ao recém-nascido, com o foco na paciente.

 

 

E ai, gostou??

Luísa é ou não um bebê de sorte??

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Parto Humanizado
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